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Lua
Quando a Lua Cheia vem, ou vai, eu fotografo.
E medito. E reflito.
Ao anoitecer, ela encontrou para-raios.
A Lua me nutre, o para-raio me protege.
Proteção necessária neste momento de emoções à flor da pele.
Ao amanhecer ela se escondeu, brilhante, atrás dos prédios.
Os volumes foram recortando a Lua, encobrindo sua luz.
A cada movimento um novo vazio. E algo novo brilhando.
Os pedaços que faltam seriam vazios?
Casas cheias de gente e vazias de afeto?
E quanto aos vazios internos?
Espaços cheios de possibilidades? Ou cheios de inutilidades?
Quanto falta? Ou quanto sobra?
Neste momento de quarentena, ganhamos de presente o tempo.
A pausa. O recolhimento. O olhar para dentro.
Um tempo para descobrir dentro de nossas casas, e de nós mesmos, os vazios que existem.
Ou seriam os excessos?
Que a luz desta Lua ilumine nosso mergulho.
Ensaio realizado durante a pandemia para a Revista Parntese.
Data: 24/04/2020
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